UHF : Eternamente

Rock / Portugal
(1999 - Road Records / Am Ra Discos)
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Lyrics

DISC 1

1. JORGE MORREU

Ele andava por aí
como tu e eu andamos,
Queimando um cigarro
queimando os nervos.

Nevoeiro no cérebro
num bailado de fantasmas,
Entre o frio e o zelo
e a importância dos notáveis.

Jorge morreu, Jorge morreu.

Ele tinha a tua cara
ele tinha a minha cara,
Ele era ninguém
que a vida desafiava.

Jorge um dia passou
à frente da ventania,
Entoando o refrão
e uma velha melodia.

Jorge morreu, Jorge morreu.

Jorge, Jorge, onde estás? onde estás?
Jorge, Jorge, onde estás? Onde estás?
Quem te matou?

Deixou a cidade
subiu à montanha,
Entrando na paisagem
onde um homem se amanha.

Jorge parou
os ponteiros da vida,
Mergulhando os olhos
no mar de água fria.

Jorge morreu, Jorge morreu.


2. UMA PALAVRA TUA

Provei o açúcar
de sabor amargo,
Acordei dormente
alguém a meu lado.

Como um castigo
o dia não passa,
Imóvel a presa
o Sol na vidraça.

Nesta indiferença
de não escolher,
A crua verdade
tem rosto de mulher.

Violei as leis
passei entre a chuva,
Em tudo procurei
uma palavra tua.


3. CAVALOS DE CORRIDA

Agora, que a corrida estoirou
e os animais se lançam no esforço,
Agora, que todos eles aplaudem
a violência em jogo.

Agora, que eles picam os cavalos
violando todas as leis,
Agora, que eles passam ao assalto
e fazem-no por qualquer preço.

Agora, agora, tu és um cavalo de corrida.

Agora, que a vida passa num flash
e o paraíso é além,
Agora, que o filme deste massacre
é a rotina Zé Ninguém.

Agora, que perdeste o juízo
a jogar esta cartada,
Agora, que galopas já ferido
procurando abrir passagem.

Agora, agora, tu és um cavalo de corrida
Agora, agora, tu és um cavalo de corrida.


4. PALAVRAS

Velhos amigos
no pensamento,
Caindo ao ritmo
do contratempo.

Palavras certas
lâminas finas,
Garganta aberta
fogo nas tripas.

O berço da loucura.

Corpos felinos
dias azedos,
Vícios e vinho
por entre os dedos.

Musa esquecida
no meu lençol,
Dias sem brilho
olhos sem Sol.

O berço da loucura.

Armas a história
o fogo intenso,
Esticando a corda
espalhando o medo.

Andas à solta
no meu juízo,
Espetando fundo
no meu abrigo.

O berço da loucura.

Talvez eu faça coisas erradas
Mas o que deixas é quase nada
Silêncio turvo que não me agrada.


5. RUA DO CARMO

Rua do Carmo, rua do Carmo
mulheres bonitas subindo o Chiado,
Mulheres alheias, presas às montras
alguns aleijados em hora de ponta.

Olha como é a rua do Carmo
Olha como é a rua do Carmo.

Jornais que saem do Bairro Alto
putos estendidos, travando o passo,
Onde o comércio cativa turistas
quem come com os olhos já enche a barriga.

Olha como é a rua do Carmo
Olha como é a rua do Carmo.

Soprando a vida passam estudantes
gingando as ancas, lábios ardentes,
Subindo com pressa abrindo passagem
chocamos de frente, seguimos viagem.

Olha como é a rua do Carmo
Olha como é a rua do Carmo.


6. (VIVO) NA FRONTEIRA

Quero a história
destes breves momentos,
Perdida na memória
e no sulco do tempo.

Que faço eu aqui
p'ra além do concerto,
Sou a música felina
que arma o manifesto.

Tu és a testemunha
que precisa curtir,
Ganhando cedo na rua
o desejo de fugir.

Vivo na fronteira
que separa o bom do mau,
Baloiçando à beira
do perigo no asfalto.


7. MODELO FOTOGRÁFICO

Centelha de fogo
corpo bronzeado,
Lábios vermelhos
sorvendo um gelado.

Esta é a imagem
do anúncio de cartão,
Nua, sexy de papel
despertando a ilusão.
Oh, oh, oh.

Ela é a mulher
que tu queres apanhar,
Deste lado da vida
onde andas a pairar.

E quando ela se despe
baloiçando carne viva,
Meio mundo fecha os olhos
e no sonho se excita.
Oh, oh, oh.


8. RAPAZ CALEIDOSCÓPIO

Um intelectual de ar estafado
um homem de faces cavadas na noite,
Cruza o Bairro Alto no silêncio dos ténis claros
em passos largos de dança.

Ele é um duro como rock
fã da violência,
E olha a vida pelos óculos
gingando cadência,
Veste cabedal que é napa preta,
Heyahoh la la la.

Quando a fome aperta
ele toma o caminho da fábrica ou do estaleiro,
E na próxima fuga entra na pele do animal
que o torna agressivo, reputação ideal.

Ele é um duro como rock
fã da violência,
E olha a vida pelos óculos
gingando cadência,
Veste cabedal que é napa preta,
Heyahoh la la la.


9. NOITES LISBOETAS

Começas num copo
talvez de cerveja,
Sentado à mesa
entrando na conversa.

Mulheres que chegam
por entre gargalhadas,
Um brilho nos olhos
e um vazio na alma.

Noites lisboetas
de histórias acesas,
Os bares estão cheios
segurando as presas.

Quartos alugados
ilhas de pouca luz,
Dá-me noites sentinelas
e vómitos de verde cru.

Noites lisboetas
de porta em porta,
Noites lisboetas
fantasmas à solta, à solta com rédeas.

Há um ser empoleirado
nas pernas de um juiz,
Tentando escapar
às misérias do país.

Amores num carro
num parque deserto,
Tapando a boca
dois gritos em seco.

Noites lisboetas
de porta em porta,
Noites lisboetas
fantasmas à solta, à solta com rédeas.

O sorriso é cínico
nas rugas do asceta,
Entre o whisky e o degelo
rio azul em folha branca.

E o mundo refaz-se
e o álcool já sobe,
Trocam-se beijos
nessa mesa de homens.

Noites lisboetas
de porta em porta,
Noites lisboetas
fantasmas à solta, à solta com rédeas.
Lisboa, Lisboa, Lisboa.


10. ESTOU DE PASSAGEM

Dá-me abrigo por esta noite
dá-me abrigo por esta noite,
Procuro conforto no teu cobertor
a noite prepara jogos de amor,
Febre que sobe e acende a fogueira
entre as chamas vivas da fogueira.

Dói-me cá dentro ao certo não sei
dói-me cá dentro ao certo não sei,
Dói-me o inferno da minha arte
dói-me o silêncio da tua carne,
Feito sossego nas minhas mãos
é quente o silêncio das tuas mãos.

Dá-me um bilhete p'ro inferno.

São línguas de fogo que entram no corpo
são línguas de fogo que entram no corpo,
São noites de assombro e descoberta
em busca da vida estou de passagem,
Parto contigo na minha bagagem
parto sozinho p'ra longa viagem.

Dá-me um bilhete p'ro inferno.


11. CONCERTO

Dedos amarelos
afinados em dó maior,
Cigarros de pontas breves
espalhados no auditório.

Luz que entra pelas alturas
e conduz à histeria,
Olhos fixos à procura
do profeta da rebeldia.

Soutien preso à pele
entre os amigos gritando,
Corpo aberto à ternura
da música deste concerto.

Bem bebidos, de brilho nos olhos
avançaram sedentos,
Exigindo matar a fome
pelo preço de um bilhete.

Angústias ou ramos de flores - olá
Suando, sangrando, sei lá - olá
Oiço palmas, uivos, risos brancos sinceros - olá
No caudal que se vai - olá
E o rio está seco - olá
O concerto no fim - olá
Regressemos à sobrevivência...


12. O MEU NOME LIBERDADE

(Instrumental)


13. NA TUA CAMA

Na tua cama
onde as horas se consomem,
Na tua cama
fui de rapaz até homem.

Mexendo lençóis nos poemas
bebendo aos poucos sem pressa,
Abriste-me o teu abrigo
ficarei preso contigo.

Na tua cama, na tua cama.

Na tua cama
houve murmúrios de ondas,
Na tua cama
o brilho da lua nas águas.

O cheiro do corpo é quente
a ânsia que faz o instante,
Tomar conta de nós
palavras tantas sem voz.

Na tua cama, na tua cama.

E se algum dia nos afastarmos
é porque o jogo não pode durar,
E se algum dia nos encontrarmos
é a vida que eu quero desafiar.

Na tua cama, na tua cama
Na tua cama.


14. SONHOS NA ESTRADA DE SINTRA

Poisa o teu braço no meu
ajuda-me a seguir,
Ao virar esta esquina
há um paraíso por descobrir.

Não quero que assistas a esta lenta bebedeira
porto-me como uma criança faminta,
Vem embriagar-te comigo à beira
ah, de um barco, copo de absinto.

Mas dança, dança, dança p'ra mim
Dança, dança p'ra mim
À noite, esta noite.

Chegou o momento de parar a farsa
estou farto de conduzir este animal,
Sincero - dizem - no uso da palavra
fotografia - página - jornal.

E se este for o teu sonho
a brisa do tempo mais secreto,
O sonho rasga as entranhas
e os chacais já andam muito perto.

Mas dança, dança, dança p'ra mim
Dança, dança p'ra mim
À noite, esta noite.

O assassino ergueu-se das trevas do sucesso
e conduziu um carro azul por entre círculos de mulheres,
E esse, esse assassino, eras tu
roçando o imenso - quente - prazer de provocar,
Esse assassino eras tu
mulher, mulher, mulher do meu encanto,
Quero o meu nome ou o teu nome.

Mas dança, dança, dança p'ra mim
Dança, dança p'ra mim
À noite, esta noite.


15. FERIR ATÉ À DOR

Tentar a vida sem a agarrar
olhar p'ra ti e perguntar,
Que é feito do amor
juntos aqui será melhor,
Porquê ferir até à dor
a vida arde e o sonho queima.

É tão difícil viver sem ti
tentei o truque só eu perdi,
Querer tocar-te e não tocar
querer um beijo e não tentar,
Pensar que posso acabar
nesta esquina sem morada.

E que é feito do amor
juntos aqui será melhor,
Porquê ferir até à dor
a vida arde e o sonho queima.

Pergunto à vida o que falhou
mas foi a vida que me calou,
Tudo se ergue contra mim
e já começo a sentir,
Que este homem vai cair
nessa esquina sem morada.

E que mais posso eu te dar
se o amor está todo aqui,
Talvez tu possas regressar
por esta porta, vamos partir.

E que é feito do amor
juntos aqui será melhor,
Porquê ferir até à dor
a vida arde e o sonho queima,
E o sonho queima, e o sonho queima...


DISC 2

1. ANGIE

Angie, Angie
When will those clouds all disappear?
Angie, Angie
Where will it lead us from here?
With no lovin' in our souls and no money in our coats
You can't say we're satisfied
But Angie, Angie
You can't say we never tried.

Angie, you're beautiful
But ain't it time to say goodbye
Angie, I still love you baby
Remember all those nights we cried
All the dreams we held so close
Seemed to all go up on a smoke
Let me whisper in your ear
Angie, Angie
Where will it lead us from here? Yeah.

Oh Angie don't you weep
All your kisses still taste sweet
I hate that sadness in your eyes
But Angie, ain't it time we say goodbye
With no lovin' in our souls and no money in our coats
You can't say we're satisfied
But Angie, I still love you baby
Everywhere I look I see your eyes
There ain't a woman that comes close to you
Come on baby dry your eyes
But Angie, Angie
Ain't it good to be alive.
Angie, you can't say we never tried.


2. (FOGO) TANTO ME ATRAIS

O fogo cresce em lugares incertos
e esse fogo queima aqui por dentro,
O fogo está sempre aqui tão perto
é o meu deserto e eu vivo dentro.

Este vinho escorre e a sede aumenta
um convite directo que não me espanta,
É o fogo proibido que me cerca e tenta
finjo-me perdido, a presa certa.

Fogo, fogo, tanto me atrais
Fogo, fogo, tanto me atrais.

O corpo sustenta o tempo suspenso
a poeira imensa que traz o vento,
Tudo me cansa e tudo aguento
a estória recomeça perdendo encanto.

Fogo, fogo, tanto me atrais
Fogo, fogo, tanto me atrais.


3. HESITAR

A noite convida, na noite se agita
o vulto esquivo de uma mulher,
Querer tocá-la, saber tentá-la
contar-lhe histórias de comover.

Hesitar, hesitar
Não, não consigo evitar
Evitar, hesitar.

Do lado quente, do Sol nascente
se tu quiseres o fogo a arder,
Do lado quente, se for bem quente
pode doer, doer a valer.

Hesitar, hesitar
Não, não consigo evitar
Evitar, hesitar.

É como se a espera
fosse o gozo maior,
E eu a fera
incapaz de melhor.

Hesitar, hesitar
Não, não consigo evitar
Evitar, hesitar.


4. ESTE FILME

Marionetas de pau santo
num bailado quase louco,
Personagens por um fio
portugueses sem confronto.

Um intruso, dois heróis
e uma feia muito bela,
Um enredo que nos mói
prisioneiros nesta tela.

O filme é, o filme é
Aguentar sempre de pé.

E as cinzas do império
tão humildes a preto e branco,
Usurpadas à mão cheia
no silêncio do rebanho.

Com a fauna a entoar
cantos cisne pela noite,
Extravagâncias que nos sobram
como risos de coiote.

O filme é, o filme é
Aguentar sempre de pé.

Esta raiva que eu sinto
no silêncio que ecoa,
Esse ódio tão passivo
tão sublime que sufoca.

Este filme dia a dia
a morrer entre mãos,
Esta glória empoeirada
fado velho da nação.

O filme é, o filme é
Aguentar sempre de pé.


5. BRINCAR NO FOGO

Jogar um jogo
eternamente,
Lançando fogo
a toda a gente.

No alto risco
a tentação,
O imprevisto
provocação.

O fogo posto
rastilho aceso,
Escondes-me o rosto
não sei se quero.

Ser e não ser
e até fingir,
Quero tremer
deixa-me ir.

Brincar, brincar e o fogo a queimar
Brincar, brincar e o fogo a queimar
Brincar no fogo.

Venho sem medo
como um intruso,
Um vento seco
um sopro surdo.

Toca no fogo
leva-me a sério,
Sou o actor
deste mistério.

A história é curta
rocambolesca,
A chama em luta
é chama acesa.

Quero mentir
quero enganar,
Não sei fugir
vais-me apanhar.

Brincar, brincar e o fogo a queimar
Brincar, brincar e o fogo a queimar
Brincar no fogo.

E se a farsa
não tiver fim,
Foi a brincar
que me perdi.

Brincar no fogo, brincar no fogo
Brincar, brincar e o fogo a queimar
Brincar no fogo.


6. MENINA ESTÁS À JANELA

Menina estás à janela
com o teu cabelo à Lua,
Não me vou daqui embora
sem levar uma prenda tua.

Sem levar uma prenda tua
sem levar uma prenda dela,
Com o teu cabelo à Lua
menina estás à janela.

Estás à janela
com o teu cabelo à Lua,
Não me vou daqui embora
sem levar uma prenda tua.

Uma prenda tua
sem levar uma prenda dela,
Com o teu cabelo à Lua
menina estás à janela.
Cabelo à Lua menina, estás à janela.


7. A MORTE SAIU À RUA

A morte saiu à rua num dia assim
naquele lugar sem nome p'ra qualquer fim,
Uma gota rubra sobre a calçada cai
e um rio de sangue dum peito aberto sai.

O vento que dá nas canas do canavial
e a foice duma ceifeira de Portugal,
E o som da bigorna como um clarim do céu
vão dizendo em toda a parte, o pintor morreu.

Teu sangue, pintor, reclama outra morte igual
só olho por olho e dente por dente vale,
A lei assassina a morte que te matou
teu corpo pertence à terra que te abraçou.

Aqui te afirmamos dente por dente assim
que um dia rirá melhor quem rirá por fim,
Na curva da estrada há covas feitas no chão
e em todas florirão rosas duma nação.

A morte saiu à rua num dia assim
naquele lugar sem nome p'ra qualquer fim,
Uma gota rubra sobre a calçada cai
e um rio de sangue dum peito aberto sai.

Sai do peito, peito aberto, sangue sai, sai, sai
Sangue, sangue, sangue.
E o pintor morreu, e o pintor morreu,
Dizem, dizem, morreu.
O vento que dá nas canas do canavial.


8. SARAJEVO (VERÃO 92)

Diz-me que este verão foi mentira
nada disto está a acontecer,
Sarajevo, um alvo nas miras
e os polícias do mundo estão a ver.

Jugoslávia bonita, filha da Europa
Fronteiras malditas que o ódio devora
Sarajevo, Sarajevo, ohh, oh.

É no centro do velho continente
que a matança das raças se consome,
Esse homem de pé deve morrer
no terreiro de caça só o medo se move.

Jugoslávia bonita, filha da Europa
Fronteiras malditas que o ódio devora
Sarajevo, Sarajevo, ohh, oh.

Sarajevo não tem fim
a vergonha está isenta,
Assim apodrece um país
no palco deste planeta.

Jugoslávia bonita, filha da Europa
Fronteiras malditas que o ódio devora
Sarajevo, Sarajevo, ohh, oh.

O pior dos animais anda à solta
a vingança nos olhos ancestrais,
Solução final que se retoma
Hitler à mesa dos chacais.

Jugoslávia bonita, filha da Europa
Fronteiras malditas que o ódio devora
Sarajevo, Sarajevo, ohh, oh.


9. TOCA-ME

Toca-me, sem uma palavra
só a tua pele e a tua alma.

Toca-me, o tempo vai
movendo a luz do meu olhar.

Toca-me, que tenho medo
pode o amor guardar segredo?

Toca-me, nesta penumbra
depois de ti, a noite dura.

Toca-me meu amor, toca-me meu amor.

Toca-me, sem uma palavra
só a tua pele e a tua alma.

Toca-me meu amor, toca-me meu amor
Toca-me meu amor, toca-me meu amor.


10. FOGE COMIGO MARIA

Foge comigo Maria
para longe desta terra,
Meu amor p'ra toda a vida
é a paixão que nos leva.

Foge, comigo Maria
Foge, comigo Maria, já.

Se tu fosses girassol
eu seria beija flor,
Nesta cama sem lençol
se repete o nosso amor.

Foge, comigo Maria
Foge, comigo Maria, já.

Deita fora esse lenço
não te quero a chorar,
Se o teu pai é burro velho
só nos resta não voltar.

Foge, comigo Maria
Foge, comigo Maria, já.

De quem são estas palavras
que me escreves meu amor,
Se o vento seca as lágrimas
não me cala esta dor.

Foge, comigo Maria
Morre, comigo Maria
Foge, que eu fujo contigo, já.


11. SÁBADO (NOS TEUS BRAÇOS)

Sábado à noite, espera por mim
Sábado à noite, eu junto a ti,
Nessa noite, quero esquecer, lentamente
Nos teus braços, Sábado à noite.

Sábado à noite, é a promessa
Sábado à noite, eu fujo dela,
Nessa noite, quero esquecer, furiosamente
Nos teus braços, Sábado à noite,
Espera por mim.


12. QUANDO (DENTRO DE TI)

Quando te sentes em baixo
e o mundo está confuso,
Quando o sonho é pecado
e tu apenas intruso.

Quando o dia amanhece
Há uma força dentro de ti
E dentro de mim.

Quando te negam a água
e à volta só deserto,
Quando os amigos falham
e a aposta não deu certo.

Quando o dia amanhece
Há uma força dentro de ti
E dentro de mim.

Quando sentes que o destino
te prega uma partida,
Quando sentes o perigo
de não haver saída.

Quando o dia amanhece
Há uma força dentro de ti
E dentro de mim.


13. LAURA IN

Laura In, tem um tempo
No gingar, o segredo.

Laura In, deixa rasto
Boca aberta, embaraço.

Laura In, platinada
A vizinha, mais amada.

Laura In, sai à rua
Comovida, quase nua.

Laura In, que nos matas
E em sonhos, me afagas.

Laura In, platinada
A vizinha, mais amada.


14. ALGUÉM (QUE HÁ-DE CHEGAR)

Tantas vezes inseguro
vou ao norte, vou ao sul,
É a fuga que procura
Sol poente, mar azul.

Alguém, que há-de chegar
Alguém, que eu quero encontrar.

Sentimentos de perda
coisas que o tempo queimou,
Como esta longa espera
que a memória aumentou.

Alguém, que há-de chegar
Alguém, que eu quero encontrar.


15. DANÇA COMIGO (ATÉ O SOL NASCER)

O Sol a pôr-se, o céu nas águas
Os olhos parados na tarde calma.

Será por ti que guardo o tempo
Neste segredo, luz e silêncio.

Dança comigo, a primeira vez
Ficarei contigo até o Sol nascer.

Quero-te tanto, por ti esperei
Por este dia mil anos passei.

Tu és o anjo que me protege
O grande amor que a vida me deve.

Dança comigo, a primeira vez
Ficarei contigo até o Sol nascer.


16. MR. WATCHMAN



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