UHF : 69 Stereo

Rock / Portugal
(1996 - BMG Records)
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Lyrics

1. O POVO DO MUNDO

Se há pretos e há brancos
e misturas de castanhos,
Foi a tinta do pintor
que escolheu os seus desenhos.

Somos o povo do mundo
As cores do povo do mundo
Aqui o povo do mundo.

Foi à mesa do Senhor
que o barro se fez homem,
Se é essa a tua cor
ama a cor de cada homem.

Somos o povo do mundo
As cores do povo do mundo
Aqui o povo do mundo.

Se há homens a orar
e o ódio os comanda,
É vermelha a cor do sangue
não é preta nem é branca.

Somos o povo do mundo
As cores do povo do mundo
Aqui o povo do mundo.


2. AMOR PERDI

Fui eu que amei
eu que te vi,
Que me deixei
prender a ti.

Prender a ti
e naufragar,
O que eu bebi
p'ra te matar.

Vi esse velho
de mais mil anos,
Olhar o espelho
calar os danos.

Calar os danos
dentro de si,
Os desenganos
que eu vivi.

Foi essa luz
no teu olhar,
Que me pediu
para voltar.

Para voltar
dentro de mim,
Amor amar
amor perdi.

Amor perdi, perdi, por ti perdi, amor perdi.


3. THE PASSENGER

I am the passenger and I ride and I ride
I ride through the city's backsides
I see the stars come out of the sky
Yeah the bright and hollow sky
You know it looks so good tonight.

I am the passenger
I stay under glass
I look through my window so bright
I see the stars come out tonight
I see the bright and hollow sky
Over the city's ripped sky
And everything looks good tonight.

Singing la la la la la la.

Get into the car, we'll be the passenger
We'll ride through the city tonight
We'll see the city's ripped backside
We'll see the bright and hollow sky
We'll see the stars that shine so bright
Stars made for us tonight.

Oh the passenger
Oh how he rides,
Oh the passenger
He rides and he rides.

He looks through his window
What does he see?
He sees the bright and hollow sky
He sees the stars come out tonight.

He sees the city's ripped backsides
He sees the winding ocean drive
And everything was made for you and me
All of it was made for you and me
'Cause it just belongs to you and me
So let's take a ride and see what's mine.

Singing la la la la la la.

Oh the passenger
He rides and he rides,
He sees things from under glass
He looks through his window side.

He sees the things he knows are his
He sees the bright and hollow sky
He sees the city sleep at night
He sees the stars are out tonight

And all of it is yours and mine
So let's ride and ride, and ride, and ride.


4. SANGUE

Sangue, vermelho intenso
um rio que ferve cá dentro,
Sangue, sem honra e glória
a vida que o sangue cobra.

É sangue apenas, Senhor
sangue apenas na cor, lá fora,
É sangue apenas, Senhor
sangue apenas na cor, dos homens.

Sangue, espalhado na arena
são lutas e a morte atenta,
Sangue, que o circo quer
em vídeo todos à noite a ver.

É sangue apenas, Senhor
sangue apenas na cor, lá fora,
É sangue apenas, Senhor
sangue apenas na cor, dos homens.

É sangue - dos homens
Sangue - lá fora
Dos homens - é sangue
Lá fora - sangue, sangue, sangue.


5. O PRIMEIRO CONCERTO

Alguns disseram
logo à partida,
Não ia dar
nunca na vida.

O primeiro concerto
fora de Almada,
Fomos melhores
ninguém soube nada.

Foi, foi o primeiro
O primeiro concerto
Foi, foi o primeiro.

Um sonho simples
e eu tão nervoso,
Fomos de metro
e durou pouco.

Lisboa atrai
Lisboa é festa,
A sala cheia
ninguém à espera.

Foi, foi o primeiro
O primeiro concerto
Foi, foi o primeiro.

Aqui d'el Rock
aos Pontapés,
Os Armadilhas
Faíscas até.

Fome de tudo
fogo nas veias,
Medo miúdo
noite de estreia.

Foi, foi o primeiro
O primeiro concerto
Foi, foi o primeiro.


6. VELHOS AMIGOS (ONDE ESTAIS)

Continuo a ler livros
à procura de sinais,
Elevando o instinto
e as falhas mortais.

Procurando à volta
o que fizeste de ti,
Lembro o chuto na bola
a cabeça que parti.

Velha escola da madeira
quando os dias eram longos,
Deu lugar a uma feira
alcatrão sobre escombros.

As melhores raparigas
que é feito delas,
Casamento e intrigas
um cigarro à janela.

Os amigos da farra
ressacando noite dentro,
Cada um em sua casa
ler o Expresso em silêncio.

Uns aflitos na carreira
outros presos, dependentes,
Vão correndo pela areia
domingueiros ofegantes.

É a saga de uma vida
como a vida de milhões,
É a história que fica
alguns anos depois.

Velhos amigos, onde estais
Oiço os gritos que soltais.


7. FOGE COMIGO MARIA

Foge comigo Maria
para longe desta terra,
Meu amor p'ra toda a vida
é a paixão que nos leva.

Foge comigo Maria, já.

Se tu fosses girassol
eu seria beija flor,
Nesta cama sem lençol
se repete o nosso amor.

Foge comigo Maria, já.

Deita fora esse lenço
não te quero a chorar,
Se o teu pai é burro velho
só nos resta não voltar.

Foge comigo Maria, já.

De quem são estas palavras
que me escreves meu amor,
Se o vento seca as lágrimas
não me cala esta dor.

Foge comigo Maria
Morre comigo Maria
Foge comigo Maria, já.


8. NA LUZ DA NOITE

A luz da noite
no meu quarto,
Cai em segredos
no teu retrato.

À luz da noite
espero por ti,
Noite após noite
o que eu fingi.

À luz da noite
a alma perdida,
O corpo dormente
que a dor habita.

Na luz da noite
chamo por ti,
Abre essa porta
vem até mim.

Só, no abrigo deste quarto
Um vazio neste quarto
Na luz da noite.

À luz da noite
gatos no cio,
Névoa de cheiros
sobe o rio.

Na luz da noite
o filme no fim,
Mundo difuso
chega até mim.

Só, no abrigo deste quarto
Um vazio neste quarto
Na luz da noite.

Derrotado sem lutar
os desígnios do amor,
Miserável a penar
na luz da noite.

Só, no abrigo deste quarto
Um vazio neste quarto
Na luz da noite.


9. PÁLIDOS OLHOS AZUIS

Nada se compara a ti, meu amor
Nada que eu procure te substitui
Neste conflito de estátuas presente
Estonteante e vexado.

Ninguém me seca os olhos aguados
Por mais tempo que a solidão de uma fala
Nada se passa no horizonte
Essa cortina desbotada e serena
Que chama a noite e esconde o Sol
Nada se compara a ti
Nesta beira do paraíso dos tormentos
das lamúrias, dos répteis andróginos labutando
Por um castigo socialmente compensador.

Fico no escuro da noite a olhar
E nada me serve, já nada me serve
Ou apazigua, persistem as crenças, sim
O conhecimento das causas, do princípio
Mas a angústia floresce
Neste desenraizamento que opera
No equilíbrio justificado.

E, às vezes, mesmo aí
Mergulho na angústia de parte nenhuma
A nau das descobertas está a passar por aqui
Tu não chegas e eu perco-me voluntário à procura
Recomeço na impossível procura
Por estes dias um exercício estafado
Risível e desgraçado, plenamente falhado
A fogueira onde me encanto
É uma estranha fogueira de quente gelado
Pálidos olhos parados, confiarás em mim?

Nada se compara a ti, nada
No reflexo glauco das águas
Nada se compara a ti.


10. DÃO-ME PRENDAS

Dão-me prendas as mulheres
horas lentas, conversas de madrugar,
Finos risos e segredos que partilho
beijos que vou guardar.

Dão, dão-me prendas.

Dão-me prendas as mulheres
são surpresas, deixo-me embriagar,
Cativeiro, gelo quente
forasteiro, parto, não sei ficar.

Dão, dão-me prendas
Que vou guardar.


11. ELA (COMO NINGUÉM)

Ela é o mal
ela faz-me bem,
Um amor fatal
como ninguém.

Ela é um vício
em caleidoscópio,
O ar que respiro
vinho que provo.

Ela, só ela, como ninguém, só ela.

Uma hora mal
uma hora bem,
A paixão total
ódios também.

Dou o que tenho
e tudo é teu,
Neste amor cego
o inferno e o céu.

Ela, só ela, como ninguém, só ela.

Um amor carnal
tomou conta de mim,
Como um vendaval
uma fúria sem fim.

Dei comigo à toa
percorrendo o deserto,
Pelas ruas de Lisboa
fiz o sonho tão certo.

Ela, só ela, como ninguém
só ela como ninguém.


12. PEDE AO PAI

Tem histórias a vida
vulgares de mais,
De todos os dias
dramas de um pai.

Castigos aos ombros
um dedo apontado,
Brilho nos olhos
aqui disfarçado.

Se o pai tem culpa
velha receita,
A mãe dá luta
e a malta aproveita.

Pede ao pai
que ele dá,
E se não der
ninguém dará.

lyrics added by andregraca - Modify this lyrics