UHF : Canções Prometidas - Raridades Vol.II

Rock / Portugal
(2007 - Am Ra Discos)
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Les paroles

1. VIOLENTA VIOLÊNCIA

Dias quentes, dias frios
dias falsos sem estilo,
Dias difíceis que fazem correr e sofrer
de violência, de violência.

Dias de espera, besta ou fera
ser o primeiro bombo da festa,
Dias difíceis que fazem correr e sofrer
de violência, de violência.

Dias cinzentos feito em bocados
preso à pele dentes cerrados,
Dias difíceis que fazem correr e sofrer
de violência, de violência.

Dias ferozes, dias sinceros
escravo das horas servindo o medo,
Dias difíceis que fazem correr e sofrer
de violência, de violência.

Filho da vida, filho sem mãe
homem vampiro do próprio sangue,
Dias difíceis que fazem correr e sofrer
de violência, de violência, de violência, de violência.

Dias aqui, dias além
feito em tiras perdido também,
Dias difíceis que fazem correr e sofrer
de violência, de violência, de violência, de violência.


2. HÁ QUEM DIGA

Há que diga por dizer
que a vida vai doer,
Sendo assim, vou vivê-la
vou espremê-la até ganir.

A ternura de passagem
vai depressa sem bagagem,
Esfola a vida, marca o rosto
couro e rock, desconforto.

Deste lado, só a sorte
um convite, sul ou norte.


3. CELEBRAÇÃO

Vim de terras conhecidas
de uma cidade vulgar,
Este é o som da tua vida
enquanto a vida durar.

Sou viajante sem memória
vazio de recordações,
Levo daqui algumas histórias
é quanto basta ao rock and roll.

Correr o país à procura
do abraço da multidão,
E entrar na loucura
que prepara a celebração.

Ce-ce-ce-ce-celebração
Ce-ce-ce-ce-celabração.


4. DE UM ARTISTA

P'ro artista, a vida não é segura
p'ro artista, andar sempre à procura,
Da palavra, da imagem, do aplauso
da palavra, da imagem, do aplauso.

P'ro artista a vida nem sempre é fácil
p'ro artista as contas saem furadas,
Na palavra, na imagem, no aplauso
na palavra, na imagem, no aplauso.

E um artista quer ver no espelho a verdade
um artista quer-vos na unidade,
Da palavra, da imagem, do aplauso
da palavra, da imagem, do aplauso.

No artista é sempre enorme o erro
se o artista ficar sozinho tem medo,
Da palavra, da imagem, do aplauso
da palavra, da imagem, do aplauso.

E eu quero ver-te deste lado
com as noitadas que eu matei,
Saboreando cerveja quente
preso à guitarra como à velha mãe
preso à guitarra como à velha mãe.


5. NO PORTUGAL DOS PEQUENINOS

No Portugal dos pequeninos
da banda desenhada,
Há um mundo aos pulinhos
correndo à apanhada.

Neste intenso burburinho
o português é decente,
Tão decente e comprimido
figurino figurante.

No Portugal dos pequeninos
o ritual é a esperança,
Pinguins e perdigueiros
ensaiando a mesma dança.

Portugal, Portugal
tanta gente a gritar,
Será meu este quintal
com o Tejo a passar.

No Portugal dos pequeninos
há convites nas paredes,
O mercado dos conflitos
e o calendário dos fregueses.

Nesta farra de mendigos
servem-nos de tudo à mesa,
Cocktail de gambozinos
e pratos frios de esperteza.

No Portugal dos pequeninos
a glória é contagiante,
Pescadores de safio
com fama de navegantes.

Portugal, Portugal
tanta gente a gritar,
Será meu este quintal
com o Tejo a passar.

No Portugal dos pequeninos
deste lado de Espanha,
A nossa Côte d'Azur
alonga-se nas praias da Fonte da Telha.

Portugal, Portugal
tanta gente a gritar,
Será meu este quintal
com o Tejo, com o Tejo a passar.


6. EM COIMBRA

Espessa é a bruma desta manhã
Tão densa e tão fria, cinza da maré.

Maré lenta, vagarosa
Mondego, eu vou partir,
De regresso à minha terra
o tempo a fugir.

Vou-me de ti
meu amor, tu és minha,
Levo um pouco de ti
deste tempo em Coimbra.

Mil pequenos momentos
conversas na madrugada,
Ouvir as sete da Torre
a noite passou acordada.

Na hora da partida
tudo fica mais intenso,
Histórias em cada esquina
ilhas do teu encanto.

Vou-me de ti
meu amor, tu és minha,
Levo um pouco de ti
deste tempo em Coimbra.

Levo de ti, Coimbra
muito mais que a lição,
Este amor que fica
prisioneiro sem perdão.

Vou-me de ti
meu amor, tu és minha,
Levo um pouco de ti
deste tempo em Coimbra.


7. GLÓRIA MARIA

Numa noite fresca
no declive de um lugar,
Paramos a conversa
o motor a trabalhar.

Glória a meu lado
a urgência de amar,
Corpos colados
estava cheio o luar.

Uma noite com Glória, Glória Maria
Uma noite com Glória, Glória Maria.

Glória era
um desejo sem fim,
Fêmea sincera
e eu fora de mim.

Lábios de rubor
vincados de batom,
Vermelho no sabor
sugando sem um som.

Uma noite com Glória, Glória Maria
Uma noite com Glória, Glória Maria.


8. SIERRA MAESTRA

Poderia ter sido
guerrilheiro,
De arma aperrada
o dia inteiro.

Tirar dos ricos
o que falta aos pobres,
Um sonho antigo
que nasce jovem.

Sierra Maestra
no meu coração,
Poema ou arma
seguros na minha mão.

Guerrilheiro convicto
tem pronta a arma,
Poema maldito
golpe de espada.

Assim eu escrevo
assim conspiro,
Por tudo o que vejo
e que mexe comigo.

Sierra Maestra
no meu coração,
Poema ou arma
seguros na minha mão.

Sierra Maestra
não me amarras,
Mãe de poetas
de palavra emboscada.

Sierra Maestra
no meu coração,
Poema ou arma
seguros na minha mão.


9. DO ZERO

Já fui abaixo, voltei p'ra cima
um mau bocado que marca a vida,
O que mais dói são os enganos
os golpes baixos que não esperamos,
Sombras discretas a deslizar
são só amigos a farejar.

Mas é do zero que eu vou partir
É de dentro que eu vou sair
É daqui que eu vou fugir, do zero.

Vidas sem história, lutas sem fim
um dia a mais passou aqui,
Fica o silêncio como um dilúvio
estamos a ver cinema mudo,
Plateia cheia, olhos pasmados
tudo a fingir, os cornos baixos.

Mas é do zero que eu vou partir
É de dentro que eu vou sair
É daqui que eu vou fugir, do zero.

Esta tragédia por ser pequena
não é notícia é morte lenta,
É esquecimento ou dor calada
puro cinismo sem navalhada,
O sangue quente vai esfriando
se tu deixares, seca por dentro.

Mas é do zero que eu vou partir
É de dentro que eu vou sair
É daqui que eu vou fugir,
É do zero que eu vou partir
É de dentro que eu vou sair
É daqui que eu vou fugir, do zero, do zero.


10. CROMADOS & LIMALHA

Não tinha guito, queria tocar
só uma guitarra para arranhar,
Foi na garagem que nós nascemos
fome de rock e bolsos tesos.

Partimos quatro, cavalos a trote
o som pesado, palavra forte,
O nosso sonho foi por aí
fez-se real, correndo o país.

Cromados e Limalha
foi a vida que escolhemos,
Mil histórias à guitarra
mais os copos que bebemos.

Cromados e Limalha
e a malta sempre em pé,
Se por vezes tudo falha
é remar contra a maré.

Discos dourados pelas vitórias
prémios cromados, a nossa história,
Ferro em brasa, limalha que fere
caneta afiada e a malta treme.

A velha Gibson nas minhas mãos
grita suada, ganha emoção,
Em cada festa na multidão
um homem feliz por uma canção.

Cromados e Limalha
foi a vida que escolhemos,
Mil histórias à guitarra
mais os copos que bebemos.

Cromados e Limalha
e a malta sempre em pé,
Se por vezes tudo falha
é remar contra a maré,
A-e-i-o-u, a-e-i-o-u


11. MATAS-ME COM O TEU OLHAR

Matas-me com o teu olhar
Matas-me com o teu olhar.

Noites frias de marfim
noites frias ao luar,
A conversa já no fim
matas-me com o teu olhar.

Matas-me com o teu olhar
Matas-me com o teu olhar.

Sabes que esta vida corre
como a sombra pelo chão,
Nada fica, tudo foge
ouve a voz do coração.

Matas-me com o teu olhar
Matas-me com o teu olhar,
Matas-me, matas-me, matas-me.

São como cubos de gelo
que eu sinto ao tocar,
As palavras têm medo
matas-me com o teu olhar.

Matas-me com o teu olhar
Matas-me com o teu olhar,
Com o teu olhar.


12. RUA DO CARMO

Rua do Carmo, rua do Carmo
mulheres bonitas subindo o Chiado,
Mulheres alheias, presas às montras
alguns aleijados em hora de ponta.

Olha como é a rua do Carmo
Olha como é a rua do Carmo.

Jornais que saem do Bairro Alto
putos estendidos, travando o passo,
Onde o comércio cativa turistas
quem come com os olhos, já enche a barriga.

Olha como é a rua do Carmo
Olha como é a rua do Carmo.

Soprando a vida passam estudantes
gingando as ancas, lábios ardentes,
Subindo com pressa abrindo passagem
chocamos de frente, seguimos viagem.

Olha como é a rua do Carmo
Olha como é a rua do Carmo,
Heh, heh.


13. GRÂNDOLA VILA MORENA

Grândola, vila morena
terra da fraternidade,
O povo é quem mais ordena
dentro de ti, ó cidade.

Dentro de ti, ó cidade
o povo é quem mais ordena,
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena.

Em cada esquina, um amigo
em cada rosto, igualdade,
Grândola, vila morena
terra da fraternidade.

Terra da fraternidade
Grândola, vila morena,
Em cada rosto, igualdade
o povo é quem mais ordena.

À sombra duma azinheira
que já não sabia a idade,
Jurei ter por companheira
Grândola, a tua vontade.

Grândola, a tua vontade
jurei ter por companheira,
À sombra duma azinheira
que já não sabia a idade.

Jurei ter por companheira
à sombra duma azinheira,
Que já não sabia a idade
o povo é quem mais ordena!


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